Ordo Fratrum Minorum Capuccinorum PT

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updated 9:58 AM UTC, Apr 24, 2024

Sexta-feira Santa 2021

Sexta-feira, 2 de abril, na Basílica de São Pedro, o Papa Francisco celebrou a liturgia da Sexta-feira Santa: a Paixão do Senhor, que, pela segunda vez consecutiva, foi realizada com a presença de cerca de 200 fiéis, além dos Cardeais. São as consequências da Covid, obviamente, que obrigam a um número limitado de pessoas presencialmente: trata-se do “sofrimento global” que todos conhecemos, que foi evidenciado também na solene Oração Universal, específica da Liturgia no dia da Paixão.

A riqueza da celebração foi coroada pela homilia do nosso confrade Cardeal Fr. Raniero Cantalamessa, que há 41 anos oferece à Cúria Vaticana e a toda a Igreja a pregação durante os tempos fortes do Advento e da Quaresma e a meditação da Sexta-feira Santa.

Este ano, deixou-se inspirar pela incisiva Encíclica Fratelli tutti do Papa Francisco, buscando evidenciar alguns traços específicos da fraternidade hoje, na Igreja. Primeiro, ofereceu uma ampla panorâmica do termo “irmão” e “fraternidade”, seja na tradição bíblica do Antigo Testamento, seja na aurora da comunidade cristã, para assim delimitar o ponto focal sobre a Igreja Católica, deixando à parte o aspecto ecumênico.

E é aqui, olhando para dentro da nossa casa, que as palavras se fizeram mais fortes, quando indicou um elemento presente e grave de falta de fraternidade – antes, a presença de divisões – dentro da Igreja. Hoje, a fraternidade católica está ferida; a túnica de Cristo está cortada em pedaços pelas divisões entre os fiéis. Tais divisões trazem a marca do “divisor”, daquele que semeia joio e enfraquece ou priva da comunhão.

A Igreja Católica, hoje, está ferida por causa da opção política, quando “ela se sobrepõe àquela religiosa e eclesial e desposa uma ideologia, esquecendo-se completamente do valor e do dever da obediência na Igreja”. O apelo é dirigido a todos, mas uma responsabilidade mais ampla e específica compete aos Pastores das comunidades cristãs: são eles que devem conduzir a Cristo o rebanho a eles confiado, e não mandá-lo a outras direções, terminando assim, por conduzi-lo a si mesmos; eles, além disso, jamais devem se esquecer que são pastores de todo o rebanho que lhes é confiado e não apenas de uma parte. O exemplo é dado pelo próprio Cristo, que não aderiu a uma das ideologias do tempo, muito presentes, mas anunciou o Reino de Deus. Do contrário, quando na Igreja, a ideologia se sobrepõe, significa que o “o reino deste mundo” se tornou mais importante, no próprio coração, do que o Reino de Deus.

Palavras vibrantes. Palavras que remetem à conversão.

A fraternidade ampla, universal, não se constrói com grandes e retumbantes anúncios, ou com sofisticadas teorias, mas partindo do dia a dia, dentro de nós, na Igreja.

Recordamos que Cristo morreu na cruz “para reconduzir à unidade os filhos de Deus dispersos”. A Ele dirigimos com coração contrito e espírito humilde – concluiu o Pregador – implorando o dom da unidade e da paz: invocação que a Igreja eleva em cada celebração da Eucaristia.

Na Sexta-feira Santa, as igrejas permanecem despojadas, pondo em particular evidência o Crucifixo: a Liturgia celebrada em São Pedro, por meio da homilia, desvelou e desnudou uma das feridas da Comunidade cristã hoje, a divisão em seu interior. Nudez que pode ser revestida pela graça de Cristo, que celebramos Ressuscitado no dia de Páscoa: Ele infunde o Espírito nos discípulos e lhes oferece o dom da paz.

 

Baixar o material – Pregação da Sexta-feira Santa 2021

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Vídeo – Pregação da Sexta-feira Santa 2021 em italiano

Última modificação em Sexta, 09 Abril 2021 19:26