Frei Miguel (Michelangelo Serafini de Cingoli).
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Frei Egídio Picucci, na biografia de Frei Miguel de Cingoli (Padre Michelangelo Serafini. Magnifico dono di Dio, 2020) escreveu: “Os santos nos mostram que há uma vida a ser perdida para ser encontrada, que é preciso não se amar para amar, deixar que o nosso ego desapareça para abrir-nos a uma existência florida e frutífera. Narrar a vida de um homem como Frei Miguel de Cingoli, que viveu o Evangelho na sua totalidade e foi aclamado santo pelo povo de Aracaju, é contemplar o processo de transformação da semente ao fruto, o dinamismo que atravessa os acontecimentos da existência e o fermento interior da alma que conduz a uma vida que é dom fecundo de si. Morrer não é fácil; para isso, é necessária toda a coragem de viver”.
Com a presença do Arcebispo de Aracaju, Dom Josafá Menezes, e com uma grande participação dos fiéis, no dia 26 de novembro de 2024, no Santuário São Judas Tadeu, se celebrou a Sessão de Abertura do Processo diocesano para a beatificação e canonização de Frei Miguel de Cingoli (Cesare Serafini), apóstolo de Aracaju e por todos conhecido simplesmente como Frei Miguel, falecido em 9 de janeiro de 2013.
Frei Miguel nasceu no dia 30 de outubro de 1908, na pequena fração da Vila Torre, município de Cingoli (Macerata). Foi batizado no mesmo dia do seu nascimento com o nome de Cesare. No dia 13 de outubro de 1916, entrava no Seminário dos Capuchinhos de Corinaldo, da Província das Marcas. No dia 17 de setembro de 1925, iniciava o noviciado em Camerino e no dia 4 de outubro de 1926, emitia a primeira profissão. No dia 1º de novembro de 1929, professava solenemente em Civitanova enquanto em 29 de julho de 1934 recebia o sacramento da Ordem em Ascoli Piceno.
Em 28 de outubro de 1935, Frei Miguel chegou ao Rio de Janeiro para depois seguir para a Bahia, onde iniciou sua missão de evangelização. Trabalhou nas cidades de Esplanada, Jaguaquara e Vitória da Conquista. Em junho de 1961, Frei Miguel chegou a Aracaju, onde permaneceu até a sua morte, dedicando-se ao serviço de evangelização e à construção de igrejas. Sua jornada diária começava com a missa às 6 da manhã, seguida por suas atividades de caridade e de visitas aos pobres, aos enfermos e a quem precisasse de consolação ou ajuda. O seu modo de percorrer toda a cidade de pé, tornou-se uma marca registrada da sua própria pessoa.
Durante a tarde e à noite, era possível encontrá-lo na Igreja dos Capuchinhos, sempre disponível para ouvir confissões. Monsenhor Carvalho, então diretor do Colégio Arcebispal de Aracaju, o escolheu como confessor, comparando-o ao Cura d’Ars. Sua vida de frugalidade e mortificação, equilibrada e sem excessos, fez dele um modelo de dedicação a Jesus Cristo e de serviço ao Evangelho.
Frei Miguel morreu no dia 9 de janeiro de 2013, aos 104 anos, sendo reconhecido pelo povo simples como o “santo de Aracaju”. Aqueles que o conheceram o amaram e o reconheceram como um verdadeiro homem de Deus.