Formação Permanente para Frades e Irmãs Capuchinhas

Entre os dias 1º e 21 de maio, 21 frades Capuchinhos e 3 Irmãs Clarissas Capuchinhas participaram do curso de formação permanente que aconteceu em Roma, Assis e Frascati, promovido pelo Secretariado Geral da Formação. Através da visita aos “lugares franciscanos”, o curso teve por objetivo suscitar nos participantes o encontro com “Frei Francisco e não somente com São Francisco”!

O programa formativo foi concebido para servir como complemento ao projeto de formação permanente de cada Circunscrição e compreende dois cursos: o de espiritualidade franciscana, visitando os lugares franciscanos; e o curso bíblico de um mês que se realiza em Jerusalém. O curso dos lugares franciscanos está direcionado sobretudo a quem já concluiu a formação inicial há mais ou menos 15 anos, enquanto o curso em Jerusalém está destinado para aqueles que já completaram 25 anos de profissão.

De acordo com Frei Jayme Rey, Vice-secretário geral da Formação, a formação permanente dos frades é importante por dois motivos: antes de tudo “porque o mundo hoje está em constante mudança e se não nos atualizarmos, correremos o risco de ficar para trás”. Essa mudança não faz referência somente ao mundo secular e civil, mas engloba também o mundo eclesial, como, por exemplo, a reforma que o Papa Francisco está realizando atualmente. Não se trata de uma questão jurídica, mas de uma questão de atualização da nossa forma mentis, da nossa mentalidade, para tentar atualizar a nossa visão de mundo e poder acompanhar melhor as pessoas. O segundo motivo: no projeto de formação da nossa vida, a formação permanente geralmente encontra muitas dificuldades. Cabe ressaltar que a Ratio Formationis relata a importância da formação permanente, pois ela pode condicionar o progresso da formação inicial (cf. RF 189). A formação permanente é a mãe da formação inicial; a primeira e a mais bela pastoral vocacional é aquela que acontece quando somos frades felizes, convictos e atualizados. Isto poderá ajudar-nos a entender melhor a nossa realidade e a nossa consagração.

Do ponto de vista dos conteúdos, Frei Jaime nos relata que o curso não deve ser entendido como uma peregrinação ou um prêmio: “Não é algo que faz referência somente a mim, para o âmbito pessoal da minha devoção, da minha espiritualidade ou para colecionar recordações”. É um curso de espiritualidade para a atualização, com conteúdo e metodologias existenciais que buscam renovar o nosso carisma.

Sobre o curso deste ano, o cronograma compreendeu três semanas formativas. Na primeira semana os participantes visitaram a “Roma Cristã”, com uma particular atenção aos aspectos relativos aos Capuchinhos, como também aqueles franciscanos. Ademais da visita realizada nas quatro Basílicas, também se visitou a igreja de São Félix de Cantalício e o Museu da Via Vittorio Veneto. Na segunda semana- a mais intensa do curso- os participantes visitaram Assis e os principais lugares franciscanos. Concluída essa semana, os participantes fizeram uma visita a toda a cidade de Assis, ao Valle Reatina, a Camerino e a Verna.

O curso se concluiu no nosso Convento de Frascati, onde, nos três últimos dias, os participantes tiveram a oportunidade de fazer um retiro, atesourando toda a experiência já vivida e buscando encontrar meios de colocar tudo isso em prática nas suas próprias vidas. De modo concreto, este tempo serviu para conjugar os diversos aspectos da visita: a dimensão celebrativa, a leitura dos textos franciscanos nos lugares visitados, as reflexões guiadas pelos professores, o tempo pessoal de silêncio e de reflexão e a formulação da sua síntese.

Em um tempo em que se cresce cada vez mais uma atitude devocional por São Francisco, este curso oferece uma abordagem muito mais histórica de maneira a possibilitar o contato direto com Frei Francisco, um homem como nós, com a sua capacidade de tornar-se santo e a sua coragem de viver o Evangelho em fraternidade.

Como experiência, foi importante o fato de haver sido aprofundado o conhecimento das fontes franciscanas (Escritos Pessoais e Hagiográficos de Francisco) e as chaves principais da nossa tradição; recriar os valores específicos da nossa identidade carismática e buscar o nosso modo de estar no mundo e na Igreja com o estilo de frades menores e irmãos, criando espaços de justiça e paz. Foram três semanas para retomar com paixão o desejo de viver a nossa vocação franciscana e provocar um impulso no próprio crescimento espiritual.

 

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