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Capuchinhos do Brasil discutem a formação dos frades

SHCOLA FRATRUM 2019

27/02/2019 - 09h41

Em encontro nacional, os formadores discutiram novas diretrizes formativas da Ordem e refletiram os rumos da formação dos frades no Brasil.

Nos dias 17 a 24 de fevereiro, estiveram reunidos em Hidrolândia (GO) 47 frades capuchinhos de todas as regiões do Brasil, responsáveis pelo processo de formação dos irmãos. O objetivo era discutir as novas diretrizes da Ordem para a formação, bem como os caminhos de sua implantação no Brasil.

Assessoraram o encontro dois frades: Jaime Rey, frade espanhol que atualmente coordena o órgão responsável por discutir e propor caminhos para a formação em todo o mundo, e Mariosvaldo Florentino, frade brasileiro que acompanha a formação dos irmãos no Paraguai e colabora nas discussões sobre a formação na Ordem.

As propostas foram recebidas com entusiasmo pelos participantes, que agora levam para casa a responsabilidade de motivar localmente a renovação das etapas formativas.

Capuchinhos do Brasil

Entenda o processo

A cada seis anos, a Ordem realiza o Capítulo Geral, para avaliação, planejamento e eleição no novo Governo Geral. Entre outros encaminhamentos, o Capítulo Geral de 2012 aprovou o texto renovado das Constituições, o documento que regulamenta o modo de vida dos frades, em todo o mundo, atualizando as intuições de São Francisco de Assis.

Entre 2012 e 2018, percebeu-se a necessidade de um processo de renovação também dos estatutos da formação dos frades. Com a participação de frades de todo o mundo, reunidos em fóruns regionais, nacionais e continentais, a Secretaria Geral de Formação, coordenada por Frei Jaime Rey, elaborou a Ratio Formationis, uma espécie de "espinha dorsal" da formação dos frades, aprovada pelo Capítulo Geral de 2018.

Agora, começa o trabalho inverso: a assimilação e adaptação das diretrizes da Ratio em todos os lugares onde estão os capuchinhos, no mundo todo. E, como um frade está sempre em formação, ao longo da vida, todos estão implicados nessa responsabilidade.

Por que uma Ratio Formationis?

Todas as grandes congregações possuem uma Ratio Formationis, como forma de assegurar certa identidade carismática na formação de seus membros, além de oferecer conteúdos mínimos que devem integrar cada etapa de formação. Esta é primeira vez que os capuchinhos aprovam um documento dessa natureza, que vem à luz com contribuições significativas:

Jesus e Francisco: a radicalidade do seguimento de Jesus e o itinerário da vida de Francisco, com todas as suas crises, são reafirmados como referência da vocação e da formação dos frades.

Personalização e Cooperção: cada vez mais, percebe-se a necessidade de respeitar os tempos e os ritmos de cada pessoa, por meio de acompanhamento personalizado. Ao mesmo tempo, oferecer aos frades a oportunidade de colaborar em outras frentes de missão, por meio de acordos de coorperação entre as unidades territoriais da Ordem, mostra-se um traço atual do carisma da fraternidade. Somos formados de maneira personalizada, mas para sermos frades disponíveis ao mundo.

Cultura: a compreensão e o respeito pelas culturas locais é uma decisão expressa da Ratio. Os traços fundmentais do carisma franciscano precisam encontrar expressões legítimas, em cada cultura. Com as palavras de Frei Jaime Rey: "será preciso encontrar um rosto de Jesus e de Francisco em cada cultura".

Contra o clericalismo e o provincialismo: na afirmação da identidade capuchinha, marcada pela Fraternidade, a Minoridade, a Contemplação e a Missão, assume-se uma postura clara contra dois grandes problemas do nosso tempo: o clericalismo e o fechamento dos frades apenas em seus territórios.

Verdadeiro processo: durante a formação (que dura toda a vida), de maneira progressiva, deverão ser observadas as várias dimensões que compõem o itinerário formativo da Ordem - dimensão humana, dimensão espiritual, dimensão intelectual, dimensão missionário-pastoral - todas elas compreendidas e vividas a partir do carisma franciscano.

Capuchinhos do Brasil

No Brasil

A implantação  da Ratio não é um procedimento burocrático, mas um caminho de renovação e revitalização daqueles processos que emolduram a vida franciscana. O encontro de Hidrolândia deixa como tarefa uma lista de "Proposições" para os capuchinhos brasileiros, em nível pessoal, fraterno e na nacional. A assembleia da Conferência dos Capuchinhos do Brasil, em maio, deve ratificar essas proposições e estabelcer as estruturas, resposnabilidades e prazos para sua execução.  

Até lá, nas fraternidades, os frades seguem se apropriando das propostas da Ordem: de sermos, cada vez mais e de um modo atual, irmãos, menores, orantes e missionários.

Fonte: Capuchinhos do Brasil /CCB
Por Frei João Ferreira Júnior (Conferência CCB)